11 de julho de 2008

Tempo de Delicadeza

Dizem que nunca se deve comprar um livro pela capa. Eu concordo... Porém, há dois dias, passeando em uma feira de artesanato da cidade (que inclui diversos outros elementos que não só artesanato), na única banca de livros que lá havia, deparei-me com um livrinho, daquela coleção de livros de bolso "L&PM" que chamou minha atenção... Pela capa, confesso!

Descrevo-o com um dos adjetivos que considero mais bonito, o livro era singelo... a capa era singela... o seu formato... tudo... e como já conhecia o autor através de outra obra, comprei!!!
"Tempo de delicadeza" de Affonso Romano de Sant' Anna inclui dezenas de crônicas do autor e a primeira apresentada ao leitor leva o título do livro e fala exatamente sobre isso... sobre essa forma de sentir, de ser, de se mostrar... a delicadeza.

Dentre tantas coisas que nos fazem falta e que não temos notícias já há algum tempo, a delicadeza é uma delas. Em uma passagem do texto, o autor coloca "porque somos ferozes precisamos ser delicados" e eu fiquei a pensar no sentido disso... E como ele mesmo coloca, como sermos delicados diante do que encontramos à nossa volta?

Mas aí reflito ainda mais sobre a expressão destacada... Temos mesmo uma natureza agressiva, brusca, dura? O que faz com que essas formas de sentir venham à tona? Bem... nós sabemos enumerar uns bons motivos, mas refiro-me aqui, até que ponto justificamos nossos atos enquanto homens de força?

Ao longo de um dia comum, fica visível a falta que a delicadeza faz, talvez tenham pessoas que nunca foram apresentadas à ela, muitas nem querem, outras nem podem... Mas que ela faz toda a diferença, ahhh... isso faz...!!! E realmente não concordo que ela dependa de classe social, de instrução e de outros classificáveis, porque ela é algo tão sutil, tão íntima de quem a possui, é quase que imperceptível, precisa de sensibilidade para ser reconhecida...

...E pode ser que eu me engane, existe sempre a possibilidade de ser despertada, até mesmo nos mais "ferozes"...
Bem... Não fui enganada pela capa... O livro vale a pena. Muitas outras crônicas (ainda não o terminei) se mostram interessantes o bastante... Um deleite, digamos assim, mas muito simples... Indicado para quem gosta de pensar o cotidiano!
Até a próxima.

3 comentários:

Anônimo disse...

Sheilinha!

Adorei tua iniciativa de escrever,... dar vazão as idéias que as vezes não temos o tempo necessario para discutir, expor desde o mais SINGELO pensamento até a crônicas, plageando Nietzsche, feito a Estrela Bailarina, sobre este Caos em que encotramo-nos inseridos nesta condição Pós-Moderna. Bjos

Roberta Cadaval disse...

falando em delicadeza... "mas que ela faz toda a diferença, ahhh... isso faz...!!!" Isso é o princípio... não?! É exatamente o que estou estudando agora guria!! Isso aí é a Educação do Sensível... realmente é o que falta, no geral, as pessoas perderam a essência sensível da existência do ser. Nós, como arte-educadoras que somos (eu em processo de formação..hehe) temos o dever de trazer esse fundamento devolta!! hehehe.. Adorei Sheila! E me interessei pelo livro.. esse ja foi pra minha lista. Beijão!!

Cláudio Azevedo disse...

oi sheila!!!
linda a foto de abertura do blog.
Ele já um ato delicado e sensível inserido nesso mundo virtual. Vou acompanhando tuas postagens. Acho o que te salvou nessa história do livro foi o Affonso Romano, hehe...
Abração!