31 de julho de 2012

Entendedor das estações




Quão audaciosos somos, quando tantas vezes queremos saber mais que ele, descobrir atentamente sobre quem é, como acontece, como cresce, como morre... O invadimos, no sentido de decifrá-lo, para acomodá-lo, para dominá-lo. Como gostamos de pensar que finalmente conquistamos a sua compreensão. Por vezes sabemos até a que veio, que destino tem a cumprir em nós. Nossos dedos tornam-se garras, na tentativa de prendê-lo, olhar de perto, dissecá-lo, ver de que substância é feito... Será mesmo que existe? É assim? De que faltas se compõe? Que demasias o denominam? Ah, quão equivocados nos tornamos na medida de limitá-lo, enquadrá-lo, o que dirá defini-lo. Tão fugidio ele sabe ser, de todas as nossas pretensões; estas, que tolas... Imoldável, abstrato, eterna surpresa, sempre a nos arregalar os olhos, sempre camaleão. Ele, o melhor entendedor das estações... O amor é mesmo um mistério.

Sheila Chaves

4 comentários:

Gugu Keller disse...

Não temos o amor, mas ele a nós.
GK

Márcia disse...

Ainda bem que tuas palavras chegaram aqui "antes que eu me esqueça". Que bom te ler e a partir de teu texto refletir sobre nossas pretensiosas tolices. O amor nos permite lembrarmos nossos tamanhos, felizmente. Um beijo

Sheila C.S. disse...

Gugu Keller, o que colocas é fato. Deixemos que ele nos tenha.

Sheila C.S. disse...

Minha querida M., uma pequenez gigante, eu diria. Mil beijos