28 de julho de 2010

Ausência


Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade

5 comentários:

Maria Borges disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Maria Borges disse...

Humm...Maravilhosa poesia!
Acho essencial está ausência, um constante estar com nós mesmos para organizar nossos pensamentos e idéias.
Gosto de tudo o que você posta aqui...Bom, era de se esperar,sabes que eu te adoroo muito!!
Obrigada pelos comentários no meu blog... somos duas sensíveis piscianas, hehe!!

Sheila C.S. disse...

Querida, eu tb te adoro demais! Beijos piscianos...

P L disse...

Oi, Sheila!

Saudades do seu cantinho lindo!

ADOREI esta postagem, pq tem tudo a ver comigo agora...

Aprendendo que ausência a gente assimila, toma pra si e se fortalece na dor.

Beijos querida!
Patrícia Lara

Sheila C.S. disse...

Que bom, Patrícia... Que bom que pôde se identificar com a poesia do Drummond. A literatura também é uma amiga e tanto, não?! Abção.