29 de outubro de 2010

Para que haja mais


Vivemos nossas vidas, fazemos nossas coisas, depois dormimos - é simples assim, comum assim. Alguns se atiram da janela, outros se afogam, tomam pílulas; muitos mais morrem em algum acidente; e a maioria de nós, a grande maioria, é devorada por alguma doença ou, quando temos muita sorte, pelo próprio tempo. Existe apenas isto como consolo: uma hora, em um momento ou outro, quando, apesar dos pesares todos, a vida parece explodir e nos dar tudo o que havíamos imaginado, ainda que qualquer um, exceto as crianças (e talvez até elas), saiba que a essa seguir-se-ão inevitavelmente muitas outras horas, bem mais penosas e difíceis. Mesmo assim, gostamos da cidade, da manhã, e torcemos, como não fazemos por nenhuma outra coisa, para que haja mais.

(Michael Cunningham - As Horas)

5 comentários:

♪ Sil disse...

Maravilhosooooooooooooooooo esse texto!!!!!!!!!!!!!

Um abração meu!!

Ana disse...

Sim... Sim...!

E não seria o relógio uma roda-gigante?! As horas como cadeirinhas oscilantes.

É lindo esse trecho!!!

Maria Borges disse...

Sheilaa, tem um selinho no meu blog para ti :)

Beijuss, adoroo-te...hehe.

Anônimo disse...

Sheila...
ja lesse no História de cro´nópios e famas do Cortazar o conto "Preambulo as Instruções para dar corda num relógio"...
é lindo demais...mesmo que altamente desconcertante!
abs

Psicólogo Cláudio Drews disse...

Oi Sheila!!

Estou na UCPEL. Foi um grande upgrade na minha vida, ainda que tenha me custado bastante em vários aspectos. :D
O que importa é que está valendo.. hehehe. :D

Bom ano novo pra ti!!! \o/