Move essa dor incômoda
de restos que me reviram
levanta a pele
onde arde o tempo
queima esse estômago vazio
com o peso das palavras que demoram
mora e invade o ar e a carne
de som e gesto
faz pausar
o que infinita
faz pesar, a tua voz
a tua cruz,
cruza e fica...
sem piedade
deixa os teus pedaços
arranca a minha letra
do grito que eu sou
na tua escrita muda
S. Chaves
Um comentário:
O poeta é, a rigor, um tradutor da própria dor.
GK
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