23 de setembro de 2016

A letra da pele



Move essa dor incômoda
de restos que me reviram
levanta a pele
onde arde o tempo

queima esse estômago vazio
com o peso das palavras que demoram
mora e invade o ar e a carne
de som e gesto

faz pausar
o que infinita
faz pesar, a tua voz
a tua cruz,
cruza e fica...

sem piedade
deixa os teus pedaços
arranca a minha letra
do grito que eu sou
na tua escrita muda

S. Chaves









Um comentário:

Gugu Keller disse...

O poeta é, a rigor, um tradutor da própria dor.
GK