o poema mais cruel
tem o peso da minha carne
e urra
tem pelo grosso
e machuca
é cruel pesar
não há docilidade
no grosso do desejo
há feiura
e a face de quem não sabe
do abismo
bem no meio das pernas
cerradas
mordaça e poema
de ossos e dentes
de açoite e cuspe
uma puta no poema
estraga a métrica
vomita o estilo
lambuza a palavra
afoga o grito na saliva
saliva o grito asfixiado
chora de cócoras
pelo gozo derramado
S. Chaves
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