O olhar denunciava. Não havia mais qualquer coisa de desejo a externalizar. Os olhos eram opacos e pareciam pesar sobre cada elemento que por eles era pego desprevenido.
Como nada mais pudera transformar-se em novidade, ela acostumara-se com aquele tipo de expressão. Exatamente a expressão de alguém que carrega algo morto dentro de si.
Mas o mundo à sua volta era tão ocupado para notar algo assim, até porque haviam muitas dessas expressões a ilustrar a realidade, e ela, certa como estava da posição que agora assumira, respirava e movimentava-se nos minutos que formavam aquele caminho invisível chamado tempo.
As palavras já não podiam ajudá-la, tão pouco sentia a temperatura que permitia aquecer-lhe quando de outros pensamentos. Era agora como que uma pequena fonte, abandonada em um jardim solitário, sem o som cristalino da água... Seca, esquecida, cheia de folhas igualmente secas a invadir-lhe. Estava tão misturada àquele triste lugar que não podia mais ser notada.
Enfrentava o peso de sua escolha. Ao menos era uma saída. Teria de viver com aquela mulher que então se apresentava.
Teria de modificar aquela fraqueza em alguma quantidade qualquer de força, o suficiente para que pudesse continuar.
Como nada mais pudera transformar-se em novidade, ela acostumara-se com aquele tipo de expressão. Exatamente a expressão de alguém que carrega algo morto dentro de si.
Mas o mundo à sua volta era tão ocupado para notar algo assim, até porque haviam muitas dessas expressões a ilustrar a realidade, e ela, certa como estava da posição que agora assumira, respirava e movimentava-se nos minutos que formavam aquele caminho invisível chamado tempo.
As palavras já não podiam ajudá-la, tão pouco sentia a temperatura que permitia aquecer-lhe quando de outros pensamentos. Era agora como que uma pequena fonte, abandonada em um jardim solitário, sem o som cristalino da água... Seca, esquecida, cheia de folhas igualmente secas a invadir-lhe. Estava tão misturada àquele triste lugar que não podia mais ser notada.
Enfrentava o peso de sua escolha. Ao menos era uma saída. Teria de viver com aquela mulher que então se apresentava.
Teria de modificar aquela fraqueza em alguma quantidade qualquer de força, o suficiente para que pudesse continuar.
Um comentário:
Nossa que lindo, parece que eu viajava em um dos livros de C. Lispektor. Você muito jeito para escrever, um dominio com as palavras uma intimidade que nem consigo expressar o que senti.
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